quarta-feira, fevereiro 24, 2010

No CDDS, em breve...

Pois está para breve, pelos vistos, a visita de António Paiva para uma sessão de poesia acompanhada de chá. Depois dos momentos com João Aguiar, Ricardo Araújo Pereira, Nuno Crato, Fernando Pinheiro e Richard Zimler (os autores que cá vieram desde que eu cá estou também), avizinham-se também Ana Saldanha e José Luís Peixoto. Uns interessam-me mais do que outros, naturalmente, mas deste António Paiva não tenho qualquer expectativa. Li, com os meus colegas, alguns poemas para ver se valia a pena e a opinião foi unânime: sim. E pronto. Fica aqui o poema, dos poucos que cheguei a ler, de que gostei mais, não pela originalidade, que será pouca, mas pela convocação de elementos muito do meu agrado:
Os meus ouvidos são búzios
onde o mar esconde o rumor das suas ondas.

pseudometenojismos

E já está a recensão. Veremos se sai... nunca fiz uma com este objectivo, ser publicada, muito menos de uma obra de arte. O que saiu em livro, finalmente, foi o livro com as comunicações do congresso de 2008 Mundos em Diálogo - Direito e Literatura. O lançamento é dia 3 de Março, em Lisboa.


Aqui fica o poema que transcrevi na íntegra na recensão:

Há quem dê erros de ortografia da direita para a esquerda e há quem os dê seguindo os ponteiros do relógio. Como havia Ulisses de se enganar na letra, já que os reis podem revogar a ortografia, além de que a tinta (a que havia), era vermelha e não azul, sendo que dez anos mais dez anos são vinte anos, contados gota a gota? Depois que tudo aconteceu, que importa saber se o homem era Ulisses ou Odysseus, ele que usou muitos nomes, dos quais NINGUÉM talvez fosse o verdadeiro?

Arménio Vieira, O Poema, a Viagem, o Sonho, Lisboa: Caminho, 2009, p.54

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Desafio em Fevereiro


aproveitar algum tempo, que não tenho no momento, mas não me apetece ir acabar a recensão crítica a Arménio Vieira, que já devia estar pronta, nem pensar nos artigos e resumos que tenho de fazer e cujos prazos estão a acabar. Apesar de tudo, estou contente porque comprei, por uma pechincha, uma edição especial de/sobre Sophia. e por isso, o desafio aqui fica.

dos livros, voltei a Raul Brandão, que muito aprecio, desta vez a textos apenas publicados em jornais, recolhidos em Sonhos - pena as gralhas... - («o coração batia-me como se me doesse um amor perdido», p.179), segui para o Herbário, que tem poemas muito bonitos, acompanhados de ilustrações de igual teor; com Eugénio de Andrade passei por A Cidade de Garrett, que mostra a genialidade do poeta e da cidade e suas gentes («Um poeta, quando é grande, é sempre o maior para quem faz sua a poesia dele», p.40), demorei os olhos nas aguarelas de Gunter Grass, mergulhei no mundo criado por Rosa Lobato Faria («gosto da ideia de construir a minha morte como construí a minha vida», p.24), que perdemos recentemente, li fascinado O Poema, a Viagem, o Sonho e estou ainda em O Homem Duplicado, entre outros que não acabarei este mês, provavelmente, com tantas actividades que tenho tido :)


9. Sonhos, Raul Brandão, Independente, 192p.*****
10. Herbário, Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim, 60p.*****
11. A Cidade de Garrett, Eugénio de Andrade, Fundação Eugénio de Andrade, 76p.*****
12. Com Aguarelas, Gunter Grass, Editorial Notícias, 210p.****
13. O Prenúncio das Águas, Rosa Lobato de Faria, Asa, 216p.*****
14. O Poema, a Viagem, o Sonho, Arménio Vieira, Caminho, 132p.*****
15. O Homem Duplicado, José Saramago, Caminho, 320p.****

filmes:

13. Bruno, de Larry Charles (por favor)**
14. Anticristo, de Lars von Trier (enfim... já fez melhor)***
15. Quem és tu?, de João Botelho (hum...)****
16. Romance, de Catherine Breillat (pois é...)*
17. Precious, de Lee Daniels (finalmente algo bom)*****
18. A Dúvida, de John Patrick Shanley (grandes desempenhos)*****
19. A Bússula Dourada, de Chris Weitz (grande e bela Nicole)****
20. Ágora, de Alejandro Amenábar (vibrante)*****
21. Calígula, de Bob Guccione (por favor outra vez...)***
22. Baise-Moi, de Virginie Despentes (idem aspas mais grave)*
23. Orlando, de Sally Potter (pormenores...)****
24. The Imaginarium of Doctor Parnassus, de Terry Gillian (intrigante)****
25. Premonição, de Mennan Yapo (bom para o género)****
26. Chovem Almôndegas, de Phil Lord e Chris Miller (espectacular)*****
27. Vestida para casar, de Anne Fletcher (K. Heigl, linda)****
28. Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen (muito bom)*****
29. O Pacto, de Renny Harlin (está bem)***

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

O livro do desassossego


já foi há uns dias valentes, mas enfim. e depois de me perder no Porto, mais uma vez (já não conheço a minha cidade de cinco anos), lá cheguei a tempo à Casa da Música.


o concerto, com a M. e o J.P. foi interessante, apesar do sono. a partir de excertos de do livro referido de Pessoa, o espectáculo foi construído com a orquestra Remix Ensemble, que executou uma composição de Michel van der Aa, a representação/voz de João Reis, encarnando Bernardo Soares, e um vídeo, com vários actores, entre os quais o mesmo João Reis, e a presença de Ana Moura, que cantou duas ou três vezes, pasme-se, excertos de O Livro do Desassossego (e lá apareceu no palco, no final, para aplaudir o espectáculo e receber o seu mérito também).


sem haver propriamente um fio condutor, a não ser a tentativa de mostrar as várias vertentes da personalidade de Bernardo Soares, o espectáculo versou reflexões sobre Lisboa, moral e sociedade, amor e solidão, numa espécie de «puzzle» que imita o próprio labirinto que é a obra impressa.


para concluir, uma frase exemplificativa, pessoal: «Que coisa morro quando sou?» ou, como diria eu, mais prosaicamente, «Que coisa sou quando morro?».

domingo, fevereiro 14, 2010

sábado, fevereiro 06, 2010

Ana Moura - seguimento

E já foi. Muito bom, na minha estreia no Theatro Circo, que, diga-se, é muito bonito. Pequeno, mas bonito. Ao contrário da fadista´: grande, muito grande, mas igualmente bonita, muito elegante no seu vestido prateado da primeira parte que mudava cores, reflectindo-as, de acordo com as luzes, e no seu vestido vermelho da segunda.
Elogios ao teatro, à cidade, ao clube de futebol (estava presente o guarda-redes). E idas ao palco: duas fãs, que cantaram muito bem, e o tal guarda-redes, que cantou muito mal... Mas foi muito bom.
Cantou, entre outras, com muito sucesso:



E a nova canção também funcionou muito bem. Só faltou mesmo o «Fado das Horas Incertas», mas o espectáculo era mais voltado para o novo álbum, como faz sentido. Simpática, divertida, profunda, extraordinária. Com um voz admirável e interpretações que não querem comover, mas comovem à mesma:


E esta terça, na Casa da Música, lá nos encontraremos outra vez, mesmo que só no vídeo...

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Conselho


Corre como o vento;
...........Sê imponente como uma floresta;
Devasta como o fogo;
...........Fica quieto como uma montanha.
Sê impenetrável como a noite;
...........Sê agil como o trovão ou como o relâmpago


Sun Tzu, A Arte da Guerra, Famalicão: Quasi, p.44

Ana Moura

é já amanhã, no Teatro Circo. :)

O que me fez apaixonar à primeira audição:



O que me fez fazer juras eternas (ao vivo, não com muita qualidade, mas enfim):

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Tenho uma Hello Kitty

Isto era a Hello Kitty para mim, desde sempre: horrível. Uma gata que não é gata - e bem se sabe como sou louco por gatos. E sem boca - como lançar então miados ou beber o leitinho? Enfim... uma destas camisolas da Cão Azul ficar-me-ia a matar (a matar não foi escolhido ao acaso):



Agora as coisas não mudaram. Ou só um pouco. Devido à minha paixão por gatos, ofereceram-me uma. Tolinhos, enfim. Mas ao menos escolheram uma que não parece a Hello Kitty: disfarçada de gato amarelo tigrado - os que aprecio mais -, com uma espécie de pele protectora que a envolve quase toda (tapa o laçarote, com um certo jeito), com o carapuço com um focinho de gato também.


Podia ser pior...

A ver

Caramel - grande cena de uma conversa dela e as respostas possíveis dele. Um ele que não é o mesmo com quem ela fala. lindo!

Atonement - a melhor cena final de um filme. De sempre. Quem vir o filme todo percebe melhor. Com casa na praia, T., e tudo. Muito mais paradisíaco do que poderias pensar, o verdadeiro Paraíso: nem sempre o espaço é determinante. Às vezes basta ser.

faz amanhã uma semana

(finalmente)

o Mestre apanhou o comboio de regresso.