quarta-feira, setembro 21, 2005

estágio

e pronto, começou o estágio.
Ontem dei (demos) a primeira aula à turma do 7.º ano. até correu bem... amanhã: as duas turmas do 12.º ano (eu vou dar o Modernismo!!!!) e depois a do 7.º (teste diagnóstico e visita à biblioteca).
Deixo-vos um desenho de um dos senhores do modernismo português, Almada Negreiros (my lord, um grande mete nojo porque foi um dos artistas mais versáteis e completos...). o desenho até tem a ver com tudo: curso, estágio... ou talvez não...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Gatos, again

Poema do Gato

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?

Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.

Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.

Repito a festa,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.

Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?


António Gedeão

pois éééééé


esta é a campanha de publicidade mais bem bem conseguida na FLUP. é verdade! depois disto ninguém vai poder beber outra marca de água....
;)

domingo, setembro 04, 2005

frase para outros.. alguém há-de entender...

“Não lhe chamava amor, mas percebia que se virava inteiramente para ele, como há flores que se viram para o sol e mais não fazem que o acompanhar.”

Lillias Fraser, de Hélia Correia
Verdadeiro Génesis

Deus plantou um jardim
E nele colocou o Amor.

Ao vê-lo só decidiu dar-lhe
Companhia feminina: a Amora.

Estavam nus mas não tinham vergonha.
Tenho na banheira um pouco de mar.
Aqui
Posso ser estrela, alga ou peixe
Ou simples areia.

tormes 2005




(fotos:
1-feq
2-piscina da quinta
3-vista da casa da ermida)

Tormes 2005

Pois aqui fica o comentário a uma semana muito boa… podia ter sido melhor… ao lerem percebem porquê…

Domingo: cheguei à Ermida às 9:42, vindo da Régua. A Marta chegou um minuto depois, vinda do Porto. Com ela vinha a Filipa, de Setúbal (Uni Évora). Conhecemos algum do pessoal e não deu para ver quase nada da quinta… O meu colega de quarto era o Manuel, professor-estudante caboverdeano, muito divertido. O meu quarto era bastante grande, ao contrário de outros…
A quinta é muito gira! Grande jardim, piscina, o rio de um lado, as linhas do comboio do outro, a casa dos moinhos do rio Teixeira :), a casa do Túnel,…

Segunda-feira: o pequeno almoço era servido às 8:15, às 9h estávamos no autocarro, às 9h30 estávamos na Fundação, após um agitado percurso pelo “pavimento degradado” (assim rezavam as placas da estrada).
A Fundação está sediada na antiga casa que a mulher de Eça recebeu de herança. Eça não chegou a viver lá, só passou por lá algum tempo, a ver o estado da quinta (que era muito mau…). Agora está fantástica: a quinta produz o Vinho de Tormes, os lagares: de um lado foram transformados na loja de recordações, do outro foram transformados num pequeno auditório e na fundação em si. A casa foi mobilada com coisas vindas da casa de Eça em Paris, pouco do lá estava era da própria casa.
Sessões de trabalho: das 9h30-11h00, 11h30-13h00; 15h00-17h00.
No primeiro dia a Professora Beatriz Berrini (Brasil) falou-nos de A Relíquia e deu-nos uma panorâmica geral sobre a obra de Eça. De tarde a Dª Maria do Carmo, a mulher do falecido filho de Eça, e presidente da fundação, leu um artigo de Helena Cidade Moura sobre a cidadania na obra do autor; vimos um filme sobre ele (o pessoal quase todo a dormir), visitámos a casa.
À noite fomos jantar à Casa do Lavrador: jantar à século XIX: arroz de feijão com pataniscas de bacalhau e leite-creme de sobremesa. Todos adoraram o menu e o sítio, que tinha uma espécie de pequeno museu, e candelabros (não havia electricidade, nem lavatório – tinha de ser um com um jarro, e as casa de banho é melhor nem comentar…).
Altas conversas com a Marta, Manuel, Ana (Covilhã, Uni Lisboa) Paula e Cláudia (as manas dos Açores)…

Terça-feira: De manhã: Beatriz Berrini a falar de A Relíquia (o pessoal desesperou um bocado…). Fizemos um trabalho de grupo sobre o primeiro capítulo da obra. De tarde foi a Professora Fátima Outeirinho (Univ. Porto), que nos falou do Eça cronista – muito bom!
Na quinta, alguns foram à piscina – mas esteve um tempo ranhoso durante o curso! Eu, a Marta e o Robert (EUA) fomos em demanda :) dos moinhos do rio Teixeira e só encontramos franceses… Grande noite de cantorias dos brasileiros e dos caboverdeanos. Altas conversas até tarde: eu, Marta, Ana.

Quarta-feira: a manhã foi de… Beatriz Berrini! O Quixotesco e o Pícaro em… A Relíquia! De tarde concluímos o Eça Cronista.
Tivemos também um passeio por St.ª Maria de Cárquede e por Resende, onde jantamos (o vinho, meu Deus, era da Quinta do Carqueijal, produzido e embalado na Quinta da Seara d’Ordens – Poiares!); vimos também uma exposição de fotografia. Choveu bastante. Altas conversas, agora mesmo a sério, até altas horas, no quarto da Marta, entre nós, o Manuel, a Cláudia e a Paula.

Quinta-feira: a recepção de A Relíquia, pela professora Beatriz Berrini e ainda um pouco de A Ilustre Casa de Ramires. De tarde, Maria João Reynaud falou sobre “No Moinho”. (r. b. pelo menos seis vezes…). Falou muito comigo antes da sessão… Adormecidos: dez pessoas, incluindo a Dª Maria da Graça; foi hilariante!!!
Tivemos depois uma visita a Baião. Fomos a uma Feira de Artesanato onde praticamente só havia comida e vinho… Vi o Ricardo, um colega meu da Residência e da FLUP… Jantámos lá, e fomos surpreendidos por um trio popular: acordeão, ferrinhos: o delírio ver caboverdeanos, brasileiros e a indiana a dançar aquilo…
Já na quinta, grande loucura a última noite: invasão dos quartos do pessoal, cantorias cá fora, agora também em Português Europeu.

Sexta-feira: A Professora Fátima Marinho falou-nos de A Ilustre Casa de Ramires, sobre o dandismo e um pouquinho sobre o conto “A Perfeição”. A Prof. Reynaud e a Prof. Marinho foram substituir a Professora Isabel Margarida Duarte, que ficou doente:(
Fomos levar o pessoal ao comboio das três e meia para o Porto, alguns deles ainda tiveram coragem para comprar cavacas de Resende (comíamos aquilo todos os dias ao pequeno-almoço!). Às quatro e meia fui eu apanhar o comboio para a Régua. As açoreanas foram comigo, mais a Rita (Univ. do Algarve) e a Manju (Índia – a fazer uma tese sobre Saramago!)…

Tenho ainda de referir as pessoas do curso, que me ensinaram coisas e me marcaram: Ana Varela (S. Tomé), Rebecca (EUA), Lúcia (Brasil, a estudar agora na Uni Porto), a Da Luz (Cabo Verde), Fátima (Brasil), Sara (Braga), Manuel (Cabo Verde), Manju (Índia), Robert (EUA), Telma (Coimbra)… enfim…

em especial: Filipa, Paula, Ana Sofia e a minha Martinha…

Marisa, numa aula de teoria

Um operário está a construir um muro em Angola. Tem quatro tijolos, 2 partiram-se. Quantas pauladas vai apanhar do patrão?

(numa aula de teoria, a partir de um exemplo matemático pouco feliz de uma das docentes, abrilhantado pela marisa)

Doutoramentos honoris causa...um dia também vou ter!!!!


Eu, entre os grandes…

Foi dia 22 de Março que eu tive a honra de… estar três horas com um livro, uma medalha, um canudo com diploma, um anel… que serviram de insígnias para Agustina Bessa-Luís… Foi muito interessante ver a sessão dentro dela, ou seja, no palco em que tudo se passou, e mais do que isso, participar nela!

A Universidade do Porto (UP) procedeu ontem, dia do seu 94.º aniversário, ao doutoramento honoris causa de Eugénio de Andrade e Agustina Bessa-Luís, duas das mais importantes figuras da literatura portuguesa. Por motivos de saúde, nem o autor de As Mãos e os Frutos nem Eduardo Lourenço, designado para seu padrinho, puderam comparecer à cerimónia, no Salão Nobre da Faculdade de Ciências do Porto.
Mais importante ainda, estavam lá: J. C. Mir, I.M.Dr., Mlt, M.L.Smp… E Constantina, Marta, Diana, Nelson, Helena, Natália, Bárbara,… Foto de: Hêrnani Pereira

montalegre 2005 (foi tarde, mas veio)







(Fotos - da marta:
1- a lojinha favorita...
2- pitões das júnias
3- mosteiro em pitões das júnias
4- o castelo de montalegre)

Eu, Su, Marta, Marisa e Herberto em direcção ao norte extremo do país, à terra do Manelinho – Montalegre. Uma espécie de viagem de finalistas…

De tudo o que se viveu por lá, há a recordar:
.o Saxo a perder-se na Senhora da Hora;
.as técnicas de desenjoo da Marisa (batatas fritas de presunto com coca-cola);
.a mala que quase não fechava…
.a cozinha com a lareira que nos pôs pior que presuntos;
.a dentadura, os enfeites de natal…
.o café do castelo completamente vazio à meia-noite;
.Pictionary, Trivial e coisas do género até às tantas da madrugada;
.as lojas, sobretudo: Padaria-Talho-Supermercado Nova Era e o café simpático cheio de pinturas (e do qual saímos às dez horas da noite, já cansados!)
.o castelo, as vistas, a junta de bois, a fonte da mijreta ( e a aventura para lá chegar…);
.a terrível feira do cabrito, e o interessante Licor Levanta o Pau;
.Pitões das Júnias, a chuva a bater em cima de nós durante horas, enquanto a Su dormia no saxo, em frente a um cemitério… Muito bonito o mosteiro!
.a fantástica estação: Rádio Montalegreeeeeeeeeeeeeeeeeeee;
.o pic-nic no saxo, a chuva ali ao lado, o Manelinho parado a olhar para as plantinhas…
.os poemas e as leituras interessantes;

.Pois ééééééé…